Poucos dias antes da realização da maior Parada Gay do mundo, que aconteceu no último sábado, 17, em São Paulo, o Grupo Gay da Bahia divulgou o relatório que aponta números preocupantes referentes à violência homofóbica no país.
De acordo com a pesquisa "Assassinatos de Homossexuais no Brasil (2005)", entre 1980 e 2005, foram assassinados 2.511 homossexuais no Brasil, em sua maioria vítimas de crimes de homofobia.
No país, diz o texto, registra-se uma média de 100 homicídios anuais, sendo que os Estados de Pernambuco e São Paulo são os campeões em violência homofóbica.
O dados mostram que a maioria das vítimas; 75% gays, 25% travestis e 3% lésbicas. No Brasil, a média de 100 homicídios anuais, mas a partir de 2000, esse numero vem aumentando. Em 2004, atingiu o recorde: 158 homicídios.
Em comparação com outros países do mundo onde há informações a respeito, como Arábia Saudita, Argentina, Colômbia, Irã, Perú e Somália, o Brasil fica em primeiro lugar, seguido por México e Estados Unidos, com 35 e 25 mortes anuais, respectivamente.
Estado que mais mata
De acordo com os dados da pesquisa, a maioria dos assassinatos foi a tiros, seguido de facadas, pedradas, asfixiamento, pauladas e enforcamento. Cerca de 70% das vitimas ;o afrodescendentes. A partir de 2000, Sao Paulo é o Estado que mais mata homossexuais, 21 por ano. No entanto, Pernambuco, que tem uma população o cinco vezes menor, registrou, a partir do mesmo ano, 16 crimes por ano. Desse alto índice de assassinatos, menos de 10% são levados a julgamento, o que aponta a necessidade de aprovação de uma legislação que puna os crimes sexuais. Não por acaso esse foi o tema da 10ª Parada do Orgulho GLBT- sigla para Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros–, que aconteceu no sábado, na capital paulista. Com o lema "Homofobia é crime: Direitos Sexuais são Direitos Humanos", o objetivo da manifestação é incentivar a aprovação do projeto que tramita na Câmara dos Deputados, de autoria da deputada federal Iara Bernardi (PT-SP), que discrimina e regulamento os crimes contra homossexuais. O projeto ainda não tem previsão para ser votado.
Grito por direitos
De acordo com o presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, Nelson Matias Pereira, o movimento quer uma sociedade onde todos tenham direitos iguais, e não apenas deveres a cumprir.Mesmo tendo a maior parada gay do mundo, os gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros brasileiros ainda não possuem uma lei federal que assegure seus direitos. O Projeto de Lei 1151/95, de Parceria Civil Entre Pessoas do Mesmo Sexo, de autoria da ex-deputada e ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, após mais de dez anos tramitando no Congresso Nacional, continua sofrendo resistência da Câmara dos Deputados. Ainda que tenha sido aprovada em todas as comissões pelas quais passou - não sem receber algumas emendas que reduziram os direitos previstos -, a proposta está em plenário esperando a sua inserção na pauta para ser votada.
Esse ano, a Parada Gay estabeleceu um novo recorde de publico. Segundo a organização da parada, o publico foi de 3 milhões de participantes e, de acordo com a Policia Militar, 2,5 milhões de pessoas compareceram ao evento. Desde 2003, o evento registra recorde de publico e é considerado o maior do mundo.
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