quarta-feira, 19 de maio de 2010

Dia de protestos na orla do Rio.



Manifestações contra a homofobia, o presidente do Irã e até políticos de ficha suja movimentaram as praias de Copacabana e Ipanema e chamaram a atenção dos cariocas para as minorias que lutam pelos seus direitos
Rio - O domingo foi marcado por protestos e manifestações na orla do Rio. Diferentes grupos e movimentos sociais promoveram atos nas praias de Copacabana e Ipanema e chamaram a atenção da sociedade contra a homofobia, a intolerância religiosa e a defesa de eleições com políticos com fichas limpas.

Pela manhã, o protesto silencioso organizado pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa em Ipanema relembrou os seis milhões de judeus mortos no Holocausto e reclamou do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que nega o assassinato em massa.

O ato contou com a ajuda de quem passava pelo local, para enterrar na areia 6 mil mãos. Cada uma tinha carimbada o número mil, que representava os mortos no Holocausto. Os organizadores do protesto esperam que o presidente Lula, que está em Teerã negociando uma solução sobre o programa nuclear iraniano, interfira também a favor de quem é discriminado no país.

“Não tem como diferenciar o presidente do Irã que defende o uso da energia nuclear com o que nega o Holocausto e apoia a homofobia. Um presidente assim não pode estar comprometido com a paz”, alerta Michel Gherman, organizador do ato.

No início da tarde, foi a vez do Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT fazer passeata pela Praia de Ipanema para celebrar o Dia Mundial de Combate à Homofobia. Foi distribuída a ‘Lei de Bolso’, que reúne leis estaduais e municipais que garantem direitos aos homossexuais.

Com a participação de outros grupos do movimento LGBT, religiosos, representantes do governo estadual e do deputado Carlos Minc, o ato também foi uma prévia da manifestação que acontecerá em Brasília, na quarta-feira. Será a ‘Marcha Nacional LGBT’, que tomará a Explanada dos Ministérios até o Congresso Nacional para reivindicar, entre outras coisas, a aprovação dos projetos de lei que criminalizam a homofobia e legalizam a união civil entre pessoas de mesmo sexo.

Ainda ontem uma passeata feita pela Nova Organização Voluntária Estudantil pela orla de Copacabana defendeu a aprovação da proposta Ficha Limpa — que veta a candidatura de pessoas condenadas pela Justiça.
Marcha Nacional reivindica lei contra homofobia
Um dos políticos mais atuantes pelos direitos dos homossexuais, o deputado Carlos Minc constata que ainda há muito pelo que lutar. “Existe muito conservadorismo. A defesa de direitos aos homossexuais ganhou importância, virou movimento de massa, mas até hoje não foi aprovada a lei que criminaliza a homofobia”, destaca Minc.
E é justamente o Projeto de Lei 122, que criminaliza a homofobia, uma das principais reivindicações que serão feitas na Marcha Nacional. A aprovação do texto no Congresso é considerada uma das principais formas de combater a violência contra os homossexuais. “Se você não criminaliza a violência contra eles, você está dizendo que essa agressão é normal. E isso é muito triste”, afirma o ex-ministro.

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