quinta-feira, 15 de abril de 2010
"Marina Silva não quer debater em público questões gays", diz vereador assumido do PV
Marina, Evangélica e da Asembléia de Deus já tinha defendido quando ainda era Ministra do Meio Ambiente o Ensino Religioso nas Escolas.
É importante ficarmos atentos, pois como diz mesmo a Bíblia “Não se pode servir a dois Deuses”.
Sander Simaglio é gay assumido e vereador pelo Partido Verde (PV) de Alfenas, cidade do interior de Minas Gerais. Marina Silva é candidata à Presidência da República pelo mesmo partido.
O parlamentar tinha o sonho de ver a sua candidata empunhar a bandeira do arco-íris, símbolo da comunidade gay no mundo inteiro, assim como tinham feito Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva, os dois últimos presidentes do país.
Porém, o vereador teve o seu sonho frustrado ao ver Marina Silva esconder a bandeira que entregou de presente. O fato se deu na posse do novo presidente do PV de Minas, Ronaldo Vasconcellos, quando a candidata à Presidência fez discurso no evento. Em mensagem encaminhada a Marina Silva, o vereador faz um relato dos momentos anteriores à entrega da bandeira.
"Saí de Alfenas para andar 800 quilômetros e levei no bolso do meu paletó uma bandeira gay, símbolo da nossa luta. Como eu tinha certeza que a senhora não ia ter tempo de conversar sobre, pensei em entregar-lhe a bandeira na esperança de ver sua atitude". Em seguida o vereador refletiu sobre a atitude da ex-senadora.
"Pensei", escreveu Simaglio, "se ela abrir a bandeira quer dizer que ela nos apoia e que poderíamos ter esperanças. Se ela não abrir, é porque o tema é polêmico demais para se tratar assim em público", refletiu o vereador.
Simaglio revela que, ao chegar ao local do encontro, Marina Silva estava "rodeada de políticos. Mas a bandeira estava no bolso e eu não queria entregar-lhe de qualquer jeito, como um presente, como aqueles buquês de flores que a senhora ganhou", desabafou.
Para o vereador, a bandeira do arco-íris na mão de um candidato representa "compromisso". Simaglio confessou a Marina que não estava ali apenas como "parlamentar", mas também como "cidadão gay brasileiro".
Sobre o momento de entregar a bandeira, Simaglio conta: "Era aquele o momento. Respirei mais aliviado. Estava juntinho da senhora. Em seu ouvido eu disse: 'Trouxe um presente para a senhora: uma bandeira gay'. Quando a tirei do bolso, disse nos seus ouvidos: 'Faça como o presidente Fernando Henrique e o presidente Lula, abra e a levante com orgulho pra todo mundo ver que a senhora é uma candidata que quer dialogar conosco, 19 milhões de cidadãos LGBTs brasileiros'."
Ao entregar a bandeira a Marina Silva, o vereador diz que reparou no "semblante de espanto" da ex-senadora. "Abri a bandeira para a senhora, na esperança de que iria repetir o ato de diversos políticos brasileiros que rotulamos como modernos, livres do ranço do conservadorismo e a senhora, para minha surpresa, deu um jeitinho de me abraçar com uma mão e com a outra, por baixo, esconder, mais que depressa, o símbolo da luta do movimento homossexual brasileiro", conta.
Sander Simaglio diz que saiu do evento admirando ainda mais a senadora, mas levanta um questionamento. "Confesso, senadora, que saí de lá ainda mais fã da senhora, mas pensando se é realmente na senhora que vou votar, se é para a senhora que vou pedir voto". O vereador disse esperar um posicionamento de Marina Siilva a respeito do PLC 122, que criminaliza a homofobia, e da parceria civil, e que aguarda outra oportunidade para entregar a bandeira à candidata e vê-la empunhar o símbolo da comunidade gay.
No fim da mensagem, Simaglio se apresenta como candidato a deputado estadual pelo Estado de Minas Gerais, e reforça a sua admiração pela senadora. "Aguardo ansiosamente sua colocação, me despeço e pronto para que num futuro bem próximo eu possa encontrar com a senhora novamente e lhe entregar outra bandeira gay, com a certeza de que a senhora vai levantar esta bandeira com o mesmo orgulho que a senhora levanta tantas outras", finaliza.
Sander Simaglio confirmou à reportagem do site A Capa as informações a respeito da postura de Marina Silva e afirmou que a candidata não quer discutir em público as questões LGBT, pois teme "perder apoio da comunidade evangélica".
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