O Grupo Ipê Amarelo pela Livre Orientação Sexual (Giama) está denunciando uma agressão que a lésbica M.S.S., que prefere não ter seu nome divulgado, afirma ter sofrido de policiais militares e civis, em Palmas, por conta de sua orientação sexual.
Segundo o Giama, a jovem relata que estava às 4 horas da manhã do domingo, 26, na porta da casa da ex-namorada, na quadra 303 Norte, quando um vizinho, incomodado com a discussão, chamou a Polícia Militar, que, ao chegar, teria empurrado a jovem e batido no seu rosto.
De acordo com o Giama, quando M.S.S. disse que eles não tinham o direito de fazer aquilo, eles a bateram ainda mais. “Depois de ter sido muito machucada, eles a deixaram ir embora, contudo, quando perceberam que M.S.S. estava ao telefone e conversando com testemunhas, a polícia voltou, a algemou e a levou presa, alegando desacato a autoridade”, contou o grupo.
“Chegando à delegacia da Polícia Civil, a vítima achando que poderia ser protegida, foi logo denunciando a polícia militar, quando o escrivão gritou com ela, mandando-a calar a boca e dizendo que estava ocupado. M.S.S. diz que, ao chegar, a polícia militar avisou à civil ’sabe aonde nós pegamos essa moça? Fazendo escândalo na porta da casa da ex-mulher dela’, momento no qual todos caíram na gargalhada. E logo os policiais civis a levaram para o fundo da delegacia e a agrediram com tapas, puxando pelas algemas, puxões de cabelo e a xingando de vadia.
Na mesma noite a vítima foi liberada, e somente um dia depois ela procurou a Delegacia da Mulher, o Ministério Público e também o Giama, que lhe oferecerá, através do Centro de Referência em Direitos Humanos e Combate à Homofobia, advogado para acompanhar o caso.
Giama
O Giama estimula as vítimas de agressões físicas e/ou morais a denunciarem seus agressores para que os casos de homofobia, que são diários mas desconhecidos, sejam referenciados e investigados. A homofobia institucional é bem mais comum do que pensamos, os LGBT são humilhados desde as repartições públicas, passando pelos hospitais até as delegacias de polícia.
Na semana passada, o Giama encaminhou à Secretaria de Segurança Pública do Estado pedido para realizar uma capacitação com policiais sobre como tratar os LGBT como cidadãos comuns. “Nenhuma das polícias tem direito de agredir físico ou verbalmente qualquer cidadão. Nós estamos denunciando este caso para que, se a lésbica M.S.S. foi agredida pelas polícias militar e civil do Tocantins, este fato seja apurado e os culpados punidos”, afirmou o Giama.
Fonte: Giama