quarta-feira, 1 de junho de 2011

Jean Wyllys abre diálogo com bancada evangélica sobre os Direitos Humanos de homoafetivos .


O deputado Jean Wyllys, participou, na manhã desta quarta-feira (31), de reunião entre integrantes da Comissão de Direitos Humanos, da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT e da bancada evangélica. Uma iniciativa do deputado, ao lado das deputadas Manoela D’Avila e Erika Kokay, o encontro teve como objetivo abrir o diálogo para um consenso entre a bancada e o movimento em defesa dos Direitos Humanos de homoafetivos.

Com a presença dos deputados e pastores João Campos (PSDB-GO), Marco Feliciano (PSC-SP), Ronaldo Fonseca (PR-DF), Lincoln Portela (MG), Felipe Pereira (PSC-RJ) e Damião Feliciano (PDT-PB), a discussão girou em torno da necessidade da aprovação do kit “Escola Sem Homofobia”, do Ministério da Educação, e do PL 122, projeto de lei que pretende incluir a homofobia entre os crimes de preconceito já previstos.

A deputada Manoela, presidente da Comissão de Direitos Humanos, abriu a reunião levantando dois pontos – ou “preocupações”, segundo ela: a maneira equivocada que a bancada evangélica vem sendo retratada através das ações e falas preconceituosas e odiosas do deputado Jair Bolsonaro, e a idéia de quem defende os Direitos Humanos pratica a intolerância religiosa.

Segundo Wyllys, Coordenador da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT na Câmara dos Deputados, é necessário acabar com a idéia de que quem defende direitos humanos e direitos civis é “Cristãofóbico” termo que, segundo o deputado, vem sendo utilizado para desacreditar os que lutam pelos direitos LGBT. “Precisamos acabar com esse tipo de relação”, diz. “Defender direitos humanos não implica ser contra as religiões”.

O ponto que causou a maior polêmica na discussão foi gerado pela fala do deputado Portela, de que o kit “Escola sem Homofobia” induz a prática homossexual. O deputado Wyllys retrucou a afirmação do líder do PR com uma explicação sobre a “Escola Sem Homofobia”, projeto para o qual apresentou parecer, ainda como professor universitário e antes mesmo de ser eleito deputado federal. O deputado também lembrou que o kit obteve pareces da Unesco, do Conselho Federal de Psicologia, da UNE, e do próprio Conselho de Classificação Indicativa. “Não é possível que essas instituições estejam erradas”, diz.

Após reivindicar uma representação nas discussões sobre o kit contra preconceitos do MEC e demais assuntos relacionados aos Direitos Humanos de LGBTs, os integrantes da bancada evangélica reafirmaram seu apoio à luta contra o preconceito e à homofobia, reiterando que a fala de um deputado não representa a bancada como um todo.

Ficou acordado que a Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT, em conjunto com a Comissão de Direitos Humanos e a bancada evangélica, irá propor um encontro com o ministro Fernando Haddad para discutir o material do kit “Escola Sem Homofobia”. Um encontro para discutir o PLC 122 com a senadora Marta Suplicy (PT-SP) e o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) também será proposto pela parceria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário