quarta-feira, 15 de junho de 2011

Trabalhador da Sadia homossexual foi empalado por “colegas” com mangueira de ar comprimido


Um trabalhador da Sadia, que não teve o nome divulgado, foi cruelmente empalado por “colegas” de trabalho com uma mangueira de ar comprimido, em Chapecó. A agressão teria sido motivada por homofobia. No entanto, tanto a empresa quanto o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Carnes (Sitracarnes) confirmam que a vítima está viva e passa bem.

Segundo o presidente do Sitracarnes, Jenir de Paula, quatro trabalhadores e uma trabalhadora participaram do crime. Os quatro homens imobilizaram a vítima, enquanto a mulher introduziu a mangueira de ar comprimido no ânus do trabalhador, ligando-a posteriormente. O crime ocorreu na madrugada do dia 9 de junho.

A assessoria de imprensa da Sadia, por meio de nota , classificou o ocorrido como “brincadeira entre colegas no interior da unidade”, onde um dos envolvidos, “acabou se acidentando com um equipamento e sentiu desconforto no abdômen”.
Segundo a nota, a vítima foi encaminhada a um hospital da cidade, e depois liberado. A empresa informa ainda que “adotou medidas administrativas para averiguação dos fatos e assegura que não se trata absolutamente de um caso de homofobia”. A nota ainda diz:

Por entender que brincadeiras em determinadas áreas da unidade e em horário de expediente configuram ato de indisciplina, a empresa tomará as medidas cabíveis em relação aos envolvidos no ocorrido, com base no Código de Ética e de Disciplina Interna e na legislação vigente.

A empresa reitera que as políticas e os procedimentos relacionados a direitos humanos estão contemplados em seu Código de Ética, que é compartilhado a todos os funcionários que ingressam na companhia.
São valores da empresa: o Compromisso com a diversidade e aceitação das diferenças e a Integridade como base de qualquer relação.

“Foi um ato de barbaridade”

O presidente do Sintracarnes, Jenir de Paula, classificou o caso como “ato de barbaridade” contra o trabalhador. Ele esteve com a vítima no hospital, e confirmou o empalamento. Ele afirma que o sindicato vai pedir um Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT), para garantir os direitos da vítima. “Não teve nada de brincadeira nesse caso. Foi um ato de barbaridade”, afirmou.

Jenir também confirma que os cinco envolvidos foram demitidos por justa causa. O sindicalista também afirma que a empresa não dá treinamento nem mantém sinalização de perigo ao redor do equipamento, para avisar que ele é perigoso.


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