Dezenas de pessoas caminharam pela orla da praia de Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, na manhã deste domingo (29) em uma manifestação contra a decisão da presidenta Dilma Rousseff, na última quarta-feira (24), de suspender a distribuição do kit anti-homofobia nas escolas públicas do país. A caminhada foi organizada por grupos gays das igrejas católica e evangélica que carregavam faixas e cartazes pedindo uma educação mais inclusiva.
Membro do grupo Diversidade Católica, formado por gays católicos, Juliana Luvizaro disse que a passeata buscava, sobretudo, chamar a sociedade para discutir a questão do homossexualismo nas escolas, que não é tratado de maneira responsável e cidadã.
- Ninguém transforma ninguém em gay. Assim como não se pode transformar um gay em heterossexual. Pedimos uma educação inclusiva dentro de casa e na escola, porque a violência contra alunos que se descobrem homossexuais ou transexuais é grande e o número de evasão escolar dessas crianças é enorme.
Juliana afirmou ainda esperar que Dilma Rousseff reformule o kit para que atenda a todas as camadas da sociedade, mas que o material não deixe de ser oferecido nas escolas.
- O kit foi feito com a ajuda de diferentes grupos da sociedade e foi aprovado pela Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação]. Trata-se de um material para ajudar o educador e os alunos a praticarem o respeito à pluralidade e às diferenças.
O consultor financeiro Renato Roizenblit, que passeava no calçadão da Praia de Ipanema com a esposa Daniele e a filha Raíssa, de um ano de idade, comemorou a iniciativa.
- Essa passeata deveria ter acontecido há muito tempo, mas antes tarde do que nunca, né? A gente tem que educar as pessoas para aceitarem as diferenças.
O kit anti-homofobia suspenso inclui um caderno com orientações para professores, uma carta para o diretor da escola, cartazes de divulgação nos murais do colégio, boletins para os alunos e gravações em vídeos.
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