segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Justiça pede prisão de sargento do Exército que baleou jovem em parada gay no Rio .


A Justiça do Rio de Janeiro pediu a prisão preventiva do sargento do Exército Fernando Ulisses de Carvalho por homofobia. No parecer dado pelo juiz, tal comportamento não deve fazer parte de integrantes das Forças Armadas. “A própria formação militar não pode aceitar uma atitude como essa”, disse o magistrado.

Apesar da decisão, o miltar ainda não foi preso. O Comando Militar do Leste aguarda a chegada do pedido de prisão para cumpri-lo. O sargento responde a processo militar e cível, por tentativa de homicídio, por ter baleado uma pessoa em área que não era militar.

Após a parada LGBT do Rio, em 14 de novembro de 2010, o jovem Douglas Marques, hoje com 20 anos, acompanhado de quatro amigos, foi ao parque Garota de Ipanema, ao lado do Forte de Copacabana, zona sul do Rio. Acabou sendo baleado na barriga pelo sargento, que chamou o grupo de “raça desgraçada”, segundo as vítimas.

“Eu estava lá para me divertir, nunca vou me esquecer daquele dia, faz oito meses, mas se eu fechar os olhos posso me lembrar da cena. Parece que aquele tiro acertou a minha alma. Pensava que não existia preconceito assim, aí aconteceu comigo”, disse Marques.

Segundo o jovem, o militar o jogou no chão, chegou a afirmar que ele era uma vergonha para sua família, e, depois de baleado, com ele sangrando, ainda o chutou nos órgãos genitais. “Quando recebi a notícia de que a prisão do sargento foi decretada hoje, minha esperança foi renovada, a promotora que acompanha o caso me disse que duas testemunhas chegaram a ser intimidadas.”

Marques diz que é homossexual declarado e que seus pais o apóiam desde os 12 anos, quando assumiu essa condição. “Meu pai e minha mãe me apóiam, sentem orgulho de mim, somos felizes nos aceitando, nos amamos muito”, disse o jovem.

Para o superintendente de Direitos Individuais e Difusos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Nascimento, essa é uma vitória para todo o movimento LGBT e mostra para os homofóbicos que os comportamentos estão mudando.

“Homossexual tem vez e voz, está sendo feita justiça como antes não acontecia. Se homofóbicos fizerem algo contra nós [LGBT’s], iremos denunciar e eles serão presos, não vão sair impunes como antes. Vamos acompanhar todo este caso, isso é um pedido do governador Sergio Cabral, acreditamos na expulsão dele da corporação”, afirmou Nascimento.

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